Dados preliminares do Ministério da Saúde apontam que, em 2019, houve o aparecimento de 23 mil novos casos de hanseníase no país. Segundo a SBD-RS, o Rio Grande do Sul tem poucos casos se comprado com o resto do Brasil, porém um dado que chama atenção é o maior número de casos de diagnóstico tardio, o que dificulta o tratamento e faz com que mais pacientes tenham incapacidades físicas decorrentes do acometimento do sistema nervoso periférico.
“Este é um dado preocupante no Rio Grande do Sul. Embora sejamos o estado com menor número de novos casos infectados, há um diagnóstico tardio. O RS tem três vezes mais pacientes que iniciam o tratamento medicamentoso já com algum comprometimento”, explica a médica dermatologista especialista em Hansenologia pela Sociedade Brasileira de Hansenologia, médica da Equipe de Hanseníase do Ambulatório de Dermatologia Sanitária do Rio Grande do Sul e Doutora em Gerontologia Biomédica da PUCRS, Letícia Eidt.
A hanseníase é uma doença infecciosa e contagiosa causada pelo bacilo Mycobacterium leprae. Afeta a pele e os nervos periféricos, ocasionando lesões neurais, conferindo à doença um alto poder incapacitante.
O papel do dermatologista no acompanhamento dos casos é fundamental, uma vez que as fases iniciais da doença se manifestam muito por lesões cutâneas.
“Se diagnosticado na fase inicial não há risco de evoluir para casos mais graves. O tratamento é disponível na rede pública. Porto Alegre tem uma particularidade que alguns médicos em seus consultórios particulares são capacitados pela vigilância e podem atender pacientes através de seu convênio, porém com encaminhamento de forma gratuita”, completou a médica.
Segundo a Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD), foram 312 mil novos casos registrados nos últimos dez anos, o que coloca o Brasil na segunda posição no ranking mundial da doença, atrás apenas da Índia.
Redação e coordenação: Marcelo Matusiak